“Bem” e “mal” são advérbios e, por isso, invariáveis, ou seja, não flexionam em gênero nem em número*.
*A única possibilidade de flexão de número é quando “mal” ou “bem” exercem função de substantivo.
O mal da alma é a solidão.
Os males da alma são a solidão e a indiferença.
O carro é o único bem que ele possui.
O carro e a casa são os únicos bens que ele possui.
Um advérbio, como o próprio nome dá spoiler, é um termo que acompanha/modifica um verbo.
Aqueles pais educaram bem os filhos.
Aqueles pais educaram mal os filhos.
Mas “bem” e “mal” podem se unir a outras palavras e formar um adjetivo.
São crianças bem-educadas.
São crianças mal-educadas.
Ou podem continuar como advérbios (e, por isso, sem hífen).
Eles foram bem educados pelos pais.
Eles foram mal educados pelos pais.
No caso de formarem adjetivos, a regra é clara:
– MAL: só exige hífen quando a palavra seguinte começar por “h” ou por “vogal”.
Mal-humorado, mal-amado, mal-educado, mal-acabado, mal-informado, mal-estar…
Malfeito, malcriado, maldito, malmequer…
– BEM: sempre exige hífen, mas aceita outras formas também.
Bem-humorado, bem-feito, bem-dito, bem-estar, bem-me-quer…
Bendizer ou bem-dizer, benquerer ou bem-querer…
Nó no cérebro 1: “bem-me-quer” tem hífen porque é uma espécie botânica. É um outro nome para calêndula. Malmequer também, mas não tem hífen, é tudo junto.
Nó no cérebro 2: “mal-francês” tem hífen porque é uma doença. Não está ligando o nome à pessoa? É o mesmo que sífilis…